21/01/2017

A.I - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (2001) - Steven Spielberg / Crítica


Data:
7 de setembro de 2001 
(2h 20min)

Direção: 
Steven Spielberg

Elenco: 
Haley Joel Osment
Jude Law
William Hurt
Frances O'Connor
Meryl Strepp
Sam Robards
Brandam Gleeson
Jake Thomas

Gênero: Ficção Científica

Nacionalidade: Estados Unidos



A.I - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL conta a história de um menino-robô que deseja ser humano. A ideia do cientista em robôtica Hobby (William Hurt) seria criar o primeiro robô criança da história, um pequeno androide programado para fazer parte de uma família, para amar e ser amado. 

Depois disto é apresentado o casal Monica (Frances O’Connor) e Henry (Sam Robards) Swinton, cujo filho desenvolveu uma doença rara há cinco anos e permanece congelado, à espera da cura. Para abrandar a solidão da esposa, Henry aceita ser cobaia de uma experiência da firma em que trabalha e leva para casa um robô criança de última geração.  A reação inicial é conflituosa, mas logo se estabelece um laço mãe-filho entre ele o Monica. 

Essa ligação, porém, vai ser quebrada assim que Martin (Jake Thomas) retorne ao lar, finalmente curado. Aí, o robô acaba largado num bosque, acompanhado apenas do urso de pelúcia falante Teddy. A analogia com o conto de Pinóquio é é muito forte aqui.

Aí começa o segunda parte, que dica mais sombria. O garotinho, abandonado no meio da floresta, encontra o robô michê vivido por Jude Law que ajuda em sua busca pela Fada Azul para, assim como aconteceu com Pinóquio, se transformar em um menino de verdade, pois só assim acredita que irá reconquistar o amor perdido da mãe. 

Inteligência Artificial era um dos projetos mais queridos e ambiciosos de Stanley Kubrick, mas em um dado momento da vida ele decidiu que a pessoa certa para dirigi-lo era seu amigo Steven Spielberg. Logo após a morte de Kubrick, Spielberg decidiu produzir o filme, que acabou se tornando uma grande homenagem a um dos grandes mestres do cinema. Quando vi esse enredo em tela, percebi as três partes, claramente identificadas com os nomes do projeto. A primeira é Spielberg. A segunda, tem muito da mente de Kubrick ali. A terceira, porém, é um metafísico que, a meu ver, mescla ambos.

Na pele do menino-robô David, Haley Joel Osment mostra que sua indicação ao Oscar por O Sexto Sentido em 2000, foi de fato merecida. A evolução do personagem é tocante, e com uma atuação comovente Haley segura muito bem o filme em seu papel de protagonista, e faz com que o público se apaixone por David. 

O filme tem muitas referências de Blade Runner. E que não teme passar do drama à ficção, ao romance à aventura e de volta à ficção com impressionante desenvoltura. Mas O conto de Pinóquio, do italiano Carlo Collodi, é o fio condutor para o roteiro.

Apoiado em recursos técnicos de cair o queixo, Inteligência Artificial é fascinante mas irregular, e seu final - no qual manifesta-se, mais uma vez, a obsessão de Spielberg pelos extraterrestres, infelizmente sobrecarregado de informações, que deixa a conclusão simplista. É verdade que faltou ousadia ao desfecho, mas a opção pela emoção não pode ser considerada absurda e ninguém melhor do que Spielberg, auxiliado pela preciosa música de John Williams, para levar o público às lágrimas.

A.I - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL além de nos trazer questionamentos sobre essa relação tão polêmica e tão complexa que é a do homem com a máquina, nos deixa uma grande lição, a de que nós, humanos, temos capacidade, maior do que qualquer artefato tecnológico: somos capazes de amar! Sonhar, planejar, enfim, nos emocionar. Grandes qualidades dos seres humanos.

NOTA: 9

PONTO POSITIVO: Efeitos especiais e condução da história
PONTO NEGATIVO: Final cheio de conveniências


Cicero Durães
21/01/2017

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